O tema em Davos este ano foi "A grande transformação: criando novos modelos." Um dos modelos em discussão era a liderança. Painéis com títulos como "Liderando sob pressão" e "Novos modelos de liderança da China" abundavam. Diante de tantos painéis sobre o tema da liderança e valores em um mundo volátil cabe-nos questionar "Que traços de liderança serão fundamentais no futuro?" e "Quais são as novas expectativas que o público tem para os líderes de negócios?"
Estes questionamentos no faz refletir se estamos querendo reinventar a liderança ou adicionar novos elementos para o modelo existente. Trata-se de uma operação de adição na álgebra da mudança, não um processo subtrativo ou transformador.
Na manhã de abertura em Davos, foi apresentada uma sessão intitulada "O novo contexto para a liderança." As discussões foram direcionadas com propósito de a liderança colaborar por meio das fronteiras organizacionais e inspirar a geração mais jovem. Peter Grauer, o presidente da Bloomberg, falou sobre os resultados de um estudo para identificar quais as competências de liderança foram mais valorizadas em sua empresa. Os melhores desempenhos tinham atributos contraditórios, o que chamou de fator "e": Eles têm visão de futuro, mas são taticamente forte, eles fornecem orientações fortes, mas estão abertos para desafios, eles contam com extensas redes de relacionamento, mas também são capazes de se moverem rapidamente (ou seja, unilateralmente), estão sempre disponíveis, mas também delegam.
Uma idéia similar foi apresentada por Michelle Bachelet, a esposa do ex-presidente chileno: Em tempos de mudanças os melhores líderes são aqueles que podem ser generais em um dia e de consensador no próximo. Josette Sheeran, diretora executiva do programa alimentação mundial das Nações Unidas, concordou, afirmando que a liderança de hoje ainda precisa ser hierárquica, mas também precisa ser flexível.
Desde a crise econômica de 2008, duas formas muitos diferentes "retórica" sobre liderança têm coexistido. Uma, a retórica tradicional, diz que o nosso ambiente é de constantes mudanças e exige uma liderança que é mais decisiva e orientada para a crise do que o estilo lento e consensual que preferimos nos tempos mais generosas. A segunda, mais "politicamente correta" retórica diz que o comando, o velho e modelo de controle é responsável por muitos dos problemas dos últimos anos e que só com uma liderança mais colaborativa e inclusiva vamos chegar à flexibilidade, a inovação e a novas ideias que precisamos para prosperar em um mundo em rápida mutação e hiper-conectado.
Agora parece que se instalaram em uma solução, não "ou / ou", mas "sim / e." Como Jano, o deus grego descrito como um homem com duas cabeças, cada uma enfrentando em direções opostas, o nosso novo líder pode e deve ter as duas coisas: comando e colaboração.
Existe benefício prático e óbvio deste tipo de habilidade extraordinária. Mas, será que ele existe e inspira? Ou é apenas um modelo teórico? O que vêm à mente das pessoas quando eu peço que falem sobre um líder que elas admiram? Cabe a resposta "retórica de comando" (por exemplo, Steve Jobs) ou a "retórica colaborar" (por exemplo, Gandhi), mas não ambos.
Mas as perguntas não são retóricas, em tempos completamente complexos e voláteis. Estamos procurando líderes que possam complementar o kit de ferramentas tradicionais, ou queremos líderes que irão transformá-lo?
REFERÊNCIAS:
Tradução e adaptação do texto original de:
IBARRA, H. Is "Command and collaborate" the new leadership model? Havard Business Review. Disponível em < http://blogs.hbr.org/cs/2012/02/is_command_and_collaborate_the.html?referral=00563&cm_mmc=email-_-newsletter-_-daily_alert-_-alert_date&utm_source=newsletter_daily_alert&utm_medium=email&utm_campaign=alert_date > Acessado em 04 de Fev. 2012.
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