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O que é mais importante para sua equipe do que o dinheiro?



Os economistas há muito tempo argumentam que o dinheiro não compra felicidade. Mas, a compensação ainda é um fator importante quando consideramos onde trabalhar. O que sabemos sobre como uma maior remuneração influencia as motivações dos empregados?

Esse estrato de informação pode ser a diferença entre uma força de trabalho que está satisfeita e produtiva e outra que não está - tendo um custo ao negócio no longo prazo.

Como descobrir algumas das forças motrizes por trás das decisões dos candidatos a emprego? Por que eles escolhem os atuais empregos? O que lhes interessa no trabalho e o que os levam a amar ou a desprezar a sua empresa ou seu gerente?

O dinheiro não pode comprar a felicidade

A Glassdoor, empresa americana de pesquisa econômica analisa anualmente opiniões e dados salariais para recolher informações sobre empresas e sentimento dos empregados. O resultado é uma riqueza de dados do mundo real, que permite identificar os fatores que vão além da remuneração que realmente impulsiona a felicidade no trabalho.

Um dos resultados mais notáveis ​​que foi encontrado nas pesquisas é que, em todos os níveis de renda, o principal indicador de satisfação no local de trabalho não é o salário: é a cultura e os valores da organização, seguido de perto pela qualidade da liderança sênior e as oportunidades de carreira na empresa. Entre os seis fatores de local de trabalho que foram examinados, a remuneração e os benefícios foram consistentemente classificados entre os fatores menos importantes de felicidade no local de trabalho.

O fato do salário não ser o principal motor da satisfação dos empregados foi uma pequena surpresa para os economistas. Há mais de 250 anos, Adam Smith quando escreveu a Teoria dos Sentimentos Morais, advertiu que os ganhos materiais muitas vezes nos deixam menos felizes, e não mais. Um estudo de 2010 da Universidade de Princeton pesquisadores mostraram que ter uma maior renda aumenta a felicidade, mas apenas até cerca de US$ 75.000 por ano (equivalente a um salário mensal de R$ 20.000,00). Além disso, salários mais altos não influenciam muito a felicidade, e outros fatores são mais importantes.

A análise da pesquisa da empresa Glassdoor reflete essas descobertas no local de trabalho. Foi analisada uma amostra de mais de 615.000 usuários que haviam relatado seu salário e escrito uma avaliação de seu empregador desde 2014. Os dados foram categorizados em quatro grupos salariais, dos mais baixos (aqueles que ganham menos de US$ 40.000 por ano, equivalente no Brasil a um salário mensal de R$ 10.665,00, àqueles que ganham mais de US$ 120.000, equivalente a R$ 32.000,00), e confrontou com o poder relativo explicativo de cada um para a satisfação dos empregados. Se compararmos o modelo como uma torta do poder explicativo, cada característica do local de trabalho representa uma fatia. Fatores com as maiores fatias são os maiores impulsionadores da felicidade no local de trabalho. Estes dados são correlacionais, mas quando comparados com resultados semelhantes de outras pesquisas, esta pesquisa oferece praticamente as mesmas recomendações para os gestores.

Empregados com maior rendimento têm prioridades diferentes

Embora o dinheiro não seja um grande fator direcionador de satisfação dos empregados, as prioridades de uma pessoa no local de trabalho mudam à medida que sua renda sobe. Por exemplo, a cultura e os valores da organização explicam cerca de 21,6% da satisfação dos empregados no grupo de renda mais baixa, mas que sobe para 23,4% para os maiores rendimentos. Isso sugere que os assalariados mais elevados querem que seus empregadores compartilhem seus valores e criem uma imagem positiva da empresa.

Outros fatores cuja importância sobe como compensação incluem a qualidade da liderança sênior (que passa de 20,4% para 22,8% da previsão à medida que a renda aumenta) e a importância das oportunidades de carreira (passando de 17,5% para 22,8%). Com níveis de remuneração mais altos, os empregados claramente colocam mais ênfase na cultura e preocupações de longo prazo como liderança e oportunidades de crescimento, ao invés de preocupações cotidianas como salário e equilíbrio entre vida profissional e vida familiar.

Em contrapartida, três dos fatores examinados foram considerados menos importantes para os empregados com salários mais altos. O equilíbrio entre vida profissional e familiar declina em importância em níveis de renda mais altos, passando de 13,2% da previsão para 9,5% à medida que o salário aumenta. Os assalariados elevados estão mais dispostos a desistir do tempo de lazer para a renda do trabalho. A pesquisa objetivava descobrir que a perspectiva de negócios do empregador também diminui em importância à medida que a renda sobe, mas foi constatado que essa mudança é pequena.

Finalmente, foi constatado que a remuneração e os benefícios, além de estar entre os fatores menos importantes, são menos importantes à medida que a renda aumenta. Para aqueles que ganham menos de US $ 40.000 por ano, considera-se importante para apenas 12,8% da satisfação no local de trabalho. À medida que o salário aumenta, o poder preditivo de compensação e benefícios cai drasticamente, caindo para 9,8% da torta para aqueles que ganham mais de US $ 120.000 por ano.

Foco na cultura sem comprometer a remuneração

Embora a remuneração não seja o fator motriz mais importante da satisfação dos empregados, esses resultados não sugerem que os empregadores possam desconsiderá-la. Compensação e benefícios podem ter menos poder preditivo para a satisfação do empregado do que os outros fatores, mas ainda é o principal fator que os candidatos a emprego consideram ao avaliar potenciais empregadores, de acordo com uma recente pesquisa Glassdoor, especialmente para os candidatos a emprego ao analisar ofertas concorrentes. Com a finalidade de atrair talento, oferecer salários competitivos e benefícios continua sendo um fator crítico para os empregadores.

REFERÊNCIAS:

Tradução livre e adaptação do texto original de:

CHAMBERLAIN, Andrew. What matters more to your workforce than money. HBR – Harvard Business Review. Disponível em <  https://hbr.org/2017/01/what-matters-more-to-your-workforce-than-money > Acessado em 19 de Jan. de 2016

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