Esta postagem é sobre inovação. Mas, antes falarmos sobre o tema, imagine a área de produção em seu supermercado local.
Você foi capaz de imaginar?
Para você parece ser uma pergunta estranha a ser feita. Claro que você é capaz. Mas, a estranheza da pergunta tem a ver com algo fundamental sobre a maneira como a sua memória funciona. A memória fornece as informações de que ela pensa que você precisa quando ela pensa que você precisa. Quando você está andando pelo supermercado, é fácil lembrar-se das informações sobre alimentação e compras. Quando você está em um jogo de futebol, também é fácil de lembrar sobre as regras e os tipos de jogadas, mas sobre a textura da alface fresca não é!
Agora, voltemos para a inovação.
Quando você precisa resolver um problema de uma nova forma, você tem duas opções. Uma delas é a pesquisa e desenvolvimento puros. A outra exige o conhecimento existente (que já sabemos) que oferece uma solução inovadora. Quando você reúne um grupo de empregados para uma sessão de ideação, você está apostando que o grupo já sabe como resolver o problema, ele apenas tem que encontrar a resposta (é o caso das equipes de melhoria contínua, círculos de controle da qualidade, times de kaizen, etc.).
Como mostrado acima, as informações são extraídas da memória sem muito esforço. Isso significa que para se resolver um problema, você precisa fazer a pergunta certa à sua memória.
Para compreendermos mais sobre a afirmação acima, considere James Dyson, que queria inventar um aspirador de pó mais eficaz. Ele notou que os vácuos perdem sucção enquanto se enche o saco, porque os poros do saco ficam entupidos. A maioria das pessoas que tentaram corrigir esse problema no passado tentou resolver o "problema saco" por criar um saco de aspirador de vácuo mais eficaz.
Em vez disso, Dyson percebeu que o vácuo leva uma combinação de poeira e ar e também, a necessidade de separar o pó do ar. Ao pensar sobre o problema desta forma, ele foi capaz de lembrar-se de seu próprio conhecimento sobre os ciclones industriais utilizados em serrarias. Ciclones industriais usam a força centrífuga para separar partículas de ar ao invés de um filtro. Ele, então, projetou um pequeno ciclone industrial em um vácuo e criou um negócio altamente bem sucedido.
Para resolver o problema, Dyson focou em sua essência. Mas o que exatamente constitui a essência de um problema?
Um bom exercício para pensar "diferente" é considerar provérbios. Veja o ditado, "O barulho das rodas não mede a carga na carroça." Quais outros provérbios comumente conhecidos que lembra este?
Você pode imediatamente pensar: "a roda que range precisa de graxa". Observe, no entanto, que estes dois provérbios não significam a mesma coisa. Eles são apenas semelhantes superficialmente. Lembrando-se de provérbios com base na aparência é como o caso do vácuo inovador com foco em resolver o "problema do saco" em vez de encontrar o problema mais básico e principal para ser resolvido.
Agora, pense sobre o significado central do primeiro provérbio. Isso significa que a forma superficial de algo não indica a sua essência. Ao pensar desta forma, você pode lembrar-se de outros provérbios como "você não pode julgar um livro pela capa" ou "nem tudo que reluz é ouro."
Acontece que se você praticar a busca dos significados dos provérbios, você melhorará na descoberta do mesmo tipo de definições essenciais de problemas que você está tentando resolver. Descrevendo os problemas, desta forma, ajudar-lhe-á a recuperar o conhecimento que você tem e mais apropriado para a condução de soluções inovadoras de problemas.
Em última análise, a chave para a inovação não é "pensar diferente", e sim, pensar sobre coisas diferentes.
REFERÊNCIAS:
Tradução e adaptação do texto original de:
MARKMAN, A. Don't think different, think about different things. Havard Business Review. Disponível em < http://blogs.hbr.org/cs/2012/01/dont_think_different_think_abo.html> Acessado em 18 de Jan. 2012.
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