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Eu sou um líder, não um gerente

Um mestre artesão que é dono de uma pequena empresa que faz móveis personalizados em madeira. Depois de fazer alguns cortes em sua estrutura organizacional em 2011, a sua pequena empresa ainda emprega três excelentes marceneiros, um supervisor do escritório / representante de atendimento ao cliente e um aprendiz.
O que faz mestre artesão de incomum é que, quando fundou sua empresa há 12 anos, ele percebeu que não sabia nada sobre o negócio. E assim ele começou a ler bons livros sobre o assunto, bem como a Harvard Business Review e duas ou três revistas de negócios.

O que ele aprendeu nos últimos anos é que, como ele diz, "Eu sou um líder, não um gerente. Eu sou realmente bom em inovação e em apresentar novas direções. Você sabe, tenho a visão das coisas. Mas, eu odeio tudo que tenho de fazer para manter as portas abertas e as luzes acesas. Quando o negócio era bom, eu poderia contratar outras pessoas para fazer tudo isso por mim, enquanto eu projetava novas peças ou instalações para os clientes, mas agora eu tenho que fazer mais coisas rotineiras.”

Gestão versus liderança - é uma distinção que todos nós ouvimos cada vez mais atualmente. A gestão tem o foco em fazer o trabalho no prazo, dentro orçamento e atingir a meta, em outras palavras, a execução e o controle constante, enquanto a liderança é focada na mudança e inovação.

Alguns anos atrás, a gestão foi o termo amplamente divulgado e incluiu a liderança, juntamente com a motivação, planejamento, comunicação, organização e temas semelhantes, como uma das muitas funções necessárias para tornar as equipes produtivas. Então, somente no final de 1980 e início de 1990, que os EUA perceberam que estavam em perigo em ficar para trás dos concorrentes inovadores (Japão, em particular), porque a gestão tradicional, praticada por empresas norte-americanas não promoviam a mudança e a inovação necessárias. A solução foi a abordagem da liderança, que foi apontada como a capacidade de fazer exatamente isso. Assim, nasceu a nova era de liderança em que ouvimos até mesmo dos administradores seniores como o mestre artesão, "Eu sou um líder, não um gerente!"

A maioria dos autores de livros sobre a liderança, até então, e agora explicitamente, nota a importância contínua da gestão. O sucesso ainda depende de execução, do controle e limites, sistemas, processos e continuidade. Sem tudo isso, a liderança só produz sonhos. No entanto, ser um líder assumiu um significado de destaque e romântico na atualidade, enquanto gestão tem recebido um tom de praticidade pejorativa. Os líderes são seres superiores que no inspiram a grandeza, enquanto os gerentes são empregados de negócios obcecados com orçamentos, cronogramas, políticas e procedimentos. Este pensamento está pelo menos parcialmente fundamentado na atitude do mestre artesão. Ele se considera um artesão, um criador da perfeição em madeira, e se vendo como um líder adapta-se facilmente com a autopercepção. Mas, ter certeza que as contas saem na hora certa, para manter as máquinas funcionando e lidar com o empregado que não atende às especificações dos clientes não é tão romântico assim.

Tanto a liderança e quanto a gestão são fundamentais, e isso não ajuda os responsáveis pelo trabalho valorizar um e desvalorizar o outro. Para sobreviver e ter sucesso, todas as equipes e as empresas devem mudar simultaneamente em alguns aspectos e permanecer como estar em outros. Elas devem executar e inovar, manter o curso e promover a mudança. Sim, a orientação, as habilidades da equipe e uma mentalidade necessária para uma mudança importante e inovação diferem daquelas necessárias para a continuidade e execução estável. Mas, isso significa apenas que os responsáveis devem ser capazes de atuar tanto como agentes de mudanças e gestor da continuidade, gerente e líder, de acordo com o exigido em casa cada situação. O desafio consiste em discernir quando a postura de uma versus a outra é necessária. Endeusar a liderança e desvalorizar a gestão só torna esse desafio ainda mais difícil.

Para evitar todas as conotações positivas e negativas em torno de "liderança" e da "gestão" atualmente, muitas vezes usamos o termo "chefe". Não é um título perfeito, ninguém gosta de ser "mandado." Parafraseando Mary Parker Follett, uma escritora de gestão no início do século XX, a marca de um bom chefe é o quão pouco ele realmente manda ou deveria mandar. Ainda assim, o termo "chefe" ou seu equivalente em outras línguas é amplamente utilizado ao longo de gerações e culturas para se referir de forma neutra à pessoa que tem a responsabilidade pelo trabalho dos outros, aquele a quem cada um de nós deve responder no trabalho.

Se você é um chefe, pense como o único responsável pelo trabalho dos outros, a quem deve gerenciar e liderar se necessário, sem privilegiar um em detrimento do outro. Concentre-se em tudo o que é exigido de você para tornar sua equipe mais produtiva. Acima de tudo, tome cuidado para não conceber-se como “o líder glorioso” sempre trilhando novos caminhos, enquanto, deixa o terreno arenoso, os detalhes operacionais em fazer tudo funcionar para seres inferiores. O mestre artesão poderia então dizer: "Eu não sou um gerente", mas a sobrevivência do meu negócio provavelmente deve-se tanto às minhas habilidades de gestão quanto em aplicar minha capacidade de liderança.

Em suma, é necessário gerenciar recursos e liderar equipes simultaneamente para atingir os objetivos organizacionais de curto, médio e longo prazos.

REFERÊNCIAS:

Tradução e adaptação do texto original de:
HILL, L. e LINEBACK, K. I'm a leader, not a manager. Havard Business Review. Disponível em Acessado em 04 de Jan. 2012.

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