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Trabalhar com alguém que você odeia pode gerar uma distração, uma dispersão e esgotamento mental. Um completo idiota, um provocador irritante, um lamentador incessante, ou colega insuportável pode afetar negativamente a sua atitude e o seu desempenho. Em vez de focar no trabalho que você tem que fazer juntos, você pode acabar perdendo tempo e energia tentando manter suas emoções sob controle e tentando controlar o comportamento da pessoa. Felizmente, com a tática certa, você ainda pode ter uma relação produtiva de trabalho com alguém que você não desejaria trabalhar.

O que dizem os especialistas

Se você trabalha com alguém que você não gosta, você não está sozinho. Ter um colega de trabalho detestado é um arquétipo familiar. Robert Sutton, professor de ciência da gestão e engenharia na Universidade de Stanford     e autor de “Chefe Bom, Chefe Ruim” e “A regra do não imbecil”, diz que isto faz parte da condição humana. "Há sempre outras pessoas, sejam eles parentes, amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, que temos o risco de nos desentendermos", diz ele. Evitar pessoas que você não gosta é geralmente uma tática bem sucedida, mas nem sempre é possível em um local de trabalho. "Algumas pessoas estão lá, quer você goste ou não", destaca Daniel Goleman, o co-diretor do Consórcio de Pesquisa sobre Inteligência Emocional nas Organizações da Universidade Rutgers e autor de livro “O Cérebro e Inteligência Emocional: Novos Insights”. Da próxima vez que você encontrar-se apunhalando uma pessoa no posto de trabalho ao lado de você, considere os seguintes conselhos:

Gerencie a sua reação

Sua resposta para o seu temido colega de trabalho pode variar de um leve desconforto a hostilidade declarada. Goleman diz que o primeiro passo é gerenciá-lo. Ele sugere que, se há alguém que é irritante ou desgastante, não pense em como a pessoa age, pense sobre como você reage. É muito mais produtivo se concentrar em seu próprio comportamento, pois você pode controlá-lo. Para lidar com seus gatilhos, Goleman aconselha a prática diária de um método de relaxamento. Isto irá "melhorar a sua capacidade de lidar com o estresse, o que significa que a pessoa que era chata agora parece não ser mais tão chata", diz ele.

Mantenha o seu desagrado para si mesmo

Quando você tiver descontentamento no trabalho, evite a tentação de passar o seu mau humor para outros colegas de trabalho. Não encontre com alguém na copa ou no corredor para dizer: "Há algo sobre fulano de tal que eu não gosto, você não concorda?" Sutton observa que todos nós temos uma tendência em procurar confirmação de nossas próprias opiniões, mas também devemos resisti-la. "Porque as emoções são tão contagiantes, que você pode levar todo mundo para baixo", diz Sutton. Além disso, queixando-se de alguém em seu ambiente de trabalho isso pode refletir negativamente sobre você. Você pode angariar uma reputação como profissional ou ser rotulado como uma pessoa difícil de lidar. Se você acha que precisa desabafar, escolha cuidadosamente o apoio de alguém em sua rede de relacionamento. O ideal é escolher pessoas fora do seu ambiente de trabalho.
Considere se é com você, não com eles

Depois de ter suas reações colocadas em cheque, pense sobre o que é que você não gosta da pessoa. Existe algo específico que define este desvio? É por que ela é apenas diferente de você? Será que ele faz lembrar seu pai? Você gostaria de ter o seu trabalho? Ciúme e outras emoções negativas (relações tóxicas) podem nos levar a fazer uma avaliação errônea e maltratar os outros. "Quando alguém está fazendo melhor do que nós, tendemos naturalmente a desprezá-los", diz Sutton. Diferenças podem nos fazer uma pessoa tendenciosa. "A nossa pessoa favorita no mundo somos nós mesmos. Quando a pessoa é mais diferente de nós, o mais provável é que tenhamos uma reação negativa para ela", diz Sutton. Foque sobre os comportamentos, não nos traços, que irritam você, o que irá ajudá-lo a discernir os estereótipos da verdadeira antipatia. "Comece com a hipótese de que a pessoa está fazendo coisas que você não gosta, mas é uma boa pessoa", diz Sutton. Por meio de uma melhor compreensão do que o está incomodando, você também será capaz de ver o seu papel nesta situação. "É razoável supor que você é parte do problema", diz Sutton. Seja honesto consigo mesmo sobre sua participação nesta questão. E esteja à procura de padrões. "Se em todos os lugares que você vá há alguém que você odeia, é um mau sinal", adverte Sutton.

Passe mais tempo com eles

"Uma das melhores maneiras de passar a gostar de alguém que você odeia é de trabalhar em um projeto que requer coordenação", diz Sutton. Trabalhando juntos, você pode compreendê-lo melhor e talvez até desenvolver alguma empatia. "Você pode sentir compaixão em vez de irritação", diz Goleman. Você pode descobrir que há razões para suas ações: o estresse em casa, a pressão de seu gerente, ou talvez ele tentou fazer o que você pediu e falhou. Passar mais tempo com seu adversário também, irá conceder-lhe a oportunidade de ter experiências mais positivas. Mas, antes de se decidir em liderar uma força-tarefa com alguém que você não gosta, lembre-se que há uma exceção: "Se é alguém que vai contra seus princípios morais, fugir não é uma má estratégia", diz Sutton.

Considere fornecer feedback

Se nenhuma das opções acima funcionou, você pode considerar em dar ao seu colega um feedback. Pode ser que o que incomoda é algo que recebe regularmente em sua trajetória profissional. "Não pense que as pessoas sabem como elas estão se desenvolvendo ou agindo", diz Sutton. Claro, você não deve fazer uma crítica severa sobre tudo o que ela faz para irritá-lo. Concentre-se em comportamentos que ela pode controlar e descreva como eles impactam em você e no seu trabalho juntos. Se for compartilhada com cuidado, você pode ajudá-la a desenvolver uma maior autoconsciência e aumentar a sua eficácia.
Mas, aja com cautela. Goleman diz que o feedback "depende de como você é uma pessoa astuta como comunicadora e como eles são receptivos como pessoa." Se você sente que ele pode ser aberto e você pode ter uma conversa civilizada focada em questões de trabalho, então vá em frente e pise levemente. Mas, se esta é uma pessoa que você suspeita que seja vingativa ou louca, ou transformará em um conflito pessoal, não arrisque. "O perigo ao dar um feedback emocional é que ela pode levar para o pessoal e o perigo aumenta ainda mais", diz Goleman. Você também precisa estar aberto a ouvir o feedback a si mesmo. Se você não gosta dele, as chances são boas que ele não goste muito de você também.


Adota uma atitude sem importar-se

Em situações em que você está realmente emperrado e não pode fornecer um feedback. Sutton recomenda que você "exerça a arte do desapego emocional ou não funcionará." Ao ignorar os comportamentos irritantes, você neutraliza o efeito sobre você. "Se ele está se tornando doloroso, mas você não sente a dor, então não há problema", explica Goleman. Este tipo de reformulação cognitiva pode ser eficaz em situações onde você tem pouco ou nenhum controle.

Princípios para lembrar

Faça:

    Gerencie primeiro a sua própria reação ao comportamento
    Pratique o desapego emocional para que os comportamentos da pessoa não o incomodem.
    Gaste tempo tentando conhecer a pessoa e entender melhor o que a motiva
Não faça:

    Assuma que a responsabilidade ou motivo é da outra pessoa, você provavelmente desempenha somente alguma parte do motivo.
     Solidarize com os outros que poderiam ser injustamente influenciados por sua negatividade ou poderiam julgá-lo por suas queixas
     Dê feedback a não ser você possa se concentrar em questões de trabalho e que possa evitar um conflito pessoal

REFERÊNCIAS:   
Tradução e adaptação do texto original de:
GALLO, Amy. How to work with someone you hate. Havard Business Review.  Disponível em < http://blogs.hbr.org/hmu/2012/01/how-to-work-with-someone-you-h.html?referral=00563&cm_mmc=email-_-newsletter-_-daily_alert-_-alert_date&utm_source=newsletter_daily_alert&utm_medium=email&utm_campaign=alert_date> Acessado em 31 de Jan. 2012.               

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