Pular para o conteúdo principal

Sua equipe não pode ler sua mente



Quando você vive ou trabalha com pessoas por muito tempo, é fácil supor que elas podem ler sua mente e que você pode ler as delas. Quer se trate de um cônjuge ou um membro da equipe de longa data, você pode presumir que já sabe o que elas estão pensando e que pode economizar tempo e esforço por não ter que detalhar o que pretender comunicar. Infelizmente, porém, a leitura da mente em particular é muito arriscada e o tiro pode sair pela culatra.

No trabalho, a leitura da mente pode levar a confusão, do tipo quando um gestor assume que membros de sua equipe já sabem o que ele quer: "Você sabe o tipo de esforço que eu preciso aqui." Mas o que acontece se não o fizerem? Em vez de economia de tempo, você pode perde-los, o que poderia ter consequências graves. Por exemplo, você pode precisar de refazer um projeto, relançar um novo produto, ou até mesmo ter retrabalho porque os importantes membros da equipe não estavam plenamente conscientes dos requisitos (mesmo que você assumiu que sim). Tomando esses atalhos também podem contribuir para problemas de motivação ("Eu não sei como meu líder quer que o relatório de “alfa” seja feito porque ela nunca me diz") e a falta de trabalho em equipe ("Eu não posso ajudar o meu colega porque ele não me deixa saber quando precisa de ajuda").

É sempre melhor ter tempo para transmitir ou obter informações completas antes de agir. Dessa forma, você evita o desperdício de tempo, esforço e boa vontade dos seus colegas.

Quando você pede a um membro da equipe para produzir algo, comece com a visão sistêmica (a grande figura) - o quê e o porquê: "Precisamos criar um novo tipo de relatório para o nosso projeto atual, algo que todos na organização possam entender independente da função. Isso ajudará a todos na empresa trabalhar conosco".

A partir daí, explique os detalhes: quem, quando, onde e como. "Precisamos que Joana e Roberto delineiem o relatório e nos enviem via e-mail até segunda-feira. Então o que precisamos de um de vocês que detalhem o seu conteúdo em formato PDF até quarta-feira. Lana e Jefferson, então, editem o relatório e o repassem para todos nós avaliarmos na quinta-feira, para que possamos disponibilizá-lo a todos no site da empresa na próxima sexta-feira. Alguma pergunta?"

Claro, pode haver pessoas que já ouviram essas instruções, por isso, se você está falando em pessoa, não perca seu tempo, repetindo-se mais e mais. Se você está se comunicando por e-mail, elas serão capazes de respondê-lo rapidamente. Mas lembre-se de que elas podem precisar mais tarde de informações adicionais. Elas podem estar no meio do projeto, quando precisam de uma reciclagem sobre o que acontecerá em seguida. Então conclua a sua primeira conversa, seja pessoalmente ou on-line, com um "Por favor, me pergunte se tiver quaisquer dúvidas" ou "Por favor, salve a versão escrita desse plano e deixe-me saber se eu esqueci algo" para demonstrar a sua vontade de esclarecer as dúvidas e ajudá-los a atender os detalhes.

Explicitamente diga a sua equipe que não espera que ninguém leia a sua mente. Nenhuma pergunta é uma pergunta estúpida. Se você já explicou um projeto uma vez a alguém e ela lhe pede para repetir algumas informações detalhar mais detalhes, agradeça a pergunta ou pedido e demonstre que está feliz que pelo solicitado.

Embora a pergunta pareça ser tola e que sempre seja fácil fazê-la, por pensar que os outros já sabem a resposta, na escola dos negócios, às vezes é essencial fazê-la.
Torne mais fácil o que os membros da equipe precisam entender o que você quer. Seja generoso em responder às suas perguntas, torne sua compreensão uma prioridade, e promova um ambiente de comunicação aberta e de compartilhamento de informações.

Você pode fazer isso para modelar o comportamento acima citado. E também, aplaudir as pessoas quando se esforçam em manter plenamente os seus colegas informados e alinhados.

Ninguém em sua equipe deve esperar ou incentivar a leitura da mente. Em vez disso, seja claro e peça que todos os membros de sua equipe faça o mesmo.
.

REFERÊNCIAS:

Tradução e adaptação do texto original de:

RANIERI, A. Your team can’t read your mind. HBR – Harvard Business Review. Disponível em < https://hbr.org/2015/07/your-team-cant-read-your-mind> Acessado em 27 de Jul. de 2015

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Série Ferramentas de Gestão: Plano de Ação

Plano de Ação  É uma ferramenta para se utilizar na elaboração e gerenciamento de planos, podendo ser utilizada, também, na padronização. Na fase (P) - Plano de ação do PDCA , o Plano de Ação (3W, 5W1H ou 5W2H), é usado para propor soluções para o problema, baseado na observação, análise e no conhecimento técnico do processo. Quando a não conformidade e suas causas já forem conhecidos, resta determinar as ações, medidas, ou estratégias que garantam o alcance dos objetivos desejados. Modelos mais comuns: Plano Simplificado (3W) -        What (O que) – Ações ou contramedidas a serem implementadas para eliminar a(s) causa(s) de um problema -        Who (Quem) – Pessoa responsável para implementação da ação -        When (Quando) – Prazo para implementação da ação Este modelo é indicado geralmente para iniciantes ou para problemas simples. A Figura 1 apresenta um modelo de um plano de ação simplificado   Plano de Ação (5W1H) O 5W1H é geralmente indicado para problemas ou proje

Série Ferramentas de Gestão: FMEA

FMEA ( Failure Mode and Effect Analysis ) - Análise dos Modos e Efeitos das Falhas FMEA é uma ferramenta básica aplicada à confiabilidade que tem sua principal aplicação para a: -     Melhoria de um produto ou processo já em operação . A partir da identificação das causas das falhas ocorridas e seu posterior bloqueio. -            Detecção e bloqueio das causas de falhas potenciais (antes que aconteçam) em produtos ou processos já em operação. -            Detecção e bloqueio das causas de falhas potenciais (antes que aconteçam) em produtos ou processos, ainda na fase de projeto. A ferramenta FMEA (Análise dos Modos e Efeitos das Falhas) é um método de análise de projetos (de produtos ou processos, industriais e/ou administrativos) usado para identificar todos os possíveis modos potenciais de falha e determinar o efeito de cada uma sobre o desempenho do sistema (produto ou processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo. É um método analítico padronizado para detectar e el

Série Ferramentas de Gestão: Diagrama do Processo Decisório

Diagrama do Processo Decisório ou PDPC ( Process Decision Program Chart) O Diagrama PDPC procura não apenas antecipar possíveis desvios de rota, mas também desenvolver medidas alternativas que previnam a ocorrência de desvios e atuem satisfatoriamente caso ocorram desvios de rota O PDPC procura também, desenvolver planos de contingências / planos alternativo para lidar com as incertezas. Deve-se usá-lo quando: 1.    A tarefa é nova ou única; 2.    O plano de implementação é complexo e difícil execução; 3.    A eficiência de implementação é crítica. 4.    Projeto de instalação de uma nova máquina ou intervenção de manutenção 5.    Desenvolvimento e introdução de novos produtos O PDPC pode também, ser usado para mostrar a cadeia de eventos que levam a um resultado indesejável. Roteiro para Construção: O Diagrama do Processo Decisório (DPD) é construído nas seguintes etapas: •            Fluxo básico •            Macro-DPD •            Micro-DPD Roteiro Básico: 1.    Definir o