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Os quatro piores assassinos de inovação


Existe um líder empresarial que não exalta as virtudes de inovação nos dias de hoje? No entanto, se a inovação é tão importante, por que tantas empresas têm tanta dificuldade com isso?

A resposta reflexiva aponta para um problema de capital humano, ou seja, que a maioria das pessoas simplesmente não tem o que é preciso para inovar com sucesso. Esta visão é rejeitada por nós. A pesquisa acadêmica na verdade mostra que quase ninguém pode se tornar um inovador competente (com prática suficiente). Já vi inúmeros exemplos de pessoas comuns mostrando a criatividade, capacidade de invenção e perseverança dos grandes inovadores mundiais.


Essas pessoas só podem ser eficazes em contexto apropriado, mas, ironicamente, muitas das coisas que os líderes fazem para incentivar a inovação na realidade fazem é matá-la. Olhe atentamente para a sua empresa e você pode identificar um dos quatro tipos de assassinos de inovação não intencionais.


1. O Cowboy. Louco para criar uma cultura corporativa tolerante de criatividade e inovação, o Cowboy diz algo nas entrelinhas, "Sem limites, apenas a grandes ideias!" Claro, as empresas devem continuamente avaliar e forçar os seus limites. Mas, cada empresa tem um conjunto de coisas que simplesmente não vai fazer. Dizendo que a inovação não tem limites quando apenas leva as pessoas a perderem tempo em trabalhar em ideias que, honestamente, não têm esperança de vir a ser implementadas.

Em vez disso, considere ideias desafiadoras e altamente focadas. Por exemplo, há alguns anos a Netflix ofereceu um prêmio de US$ 1 milhão para qualquer equipe que melhorasse o desempenho no mínimo em 10% dos algoritmos que determinam quais filmes ela deveria sugerir aos consumidores. Mais de 250 equipes aceitaram o desafio, e duas, na verdade superaram a meta. Foco é um dos melhores amigos de Inovação.

2. O obsecado pelo Google. Inspirado em histórias de como o Google e a 3M pedem aos seus engenheiros para usarem 15% do seu tempo sonhando com novas ideias, este executivo pede a todos para utilizarem um pouco de seu tempo na inovação. Talvez utilizar a metade do dia durante a terceira sexta-feira do mês para que todos possam focar na inovação. Esta abordagem parece ser participativa e inclusiva. Mas, raramente funciona, a menos que a empresa tenha sistemas sofisticados para selecionar e criar ideias. Frequentemente esses esforços levam a uma longa lista de sugestões que nunca serão implantadas. O cinismo toma conta rapidamente e cada vez mais os empregados encontrarão desculpas para faltar na sexta-feira da inovação.

Como uma alternativa, os executivos devem pedir a um pequeno número de pessoas para utilizarem uma quantidade significativa de seu tempo na inovação. Lembre-se, a maioria das novas empresas (start-ups) falha, mesmo com os empresários gastando cada minuto de cada dia com foco obsessivo em seus negócios. Uma pessoa que gasta todo seu tempo na inovação muitas vezes só supera em 1.000 quando se gasta 10% do seu tempo com isso. A matemática não funciona, exceto quando isso acontece.

3. O astronauta. Este executivo invoca os esforços bem sucedidos para os Estados Unidos colocar um homem na Lua, insistindo: "Precisamos de algo grande, as pessoas! Qual é a nossa viagem à Lua?" É ótimo pensar grande, é claro, mas, instigando para grandes ideias muitas vezes tem-se o risco de levar a propostas da empresa para o ralo (lembre-se do Iridium da Motorola?). Esse risco significa que a ideia deve ser cuidadosamente estudada, e uma vez que não tenham sido provavelmente não vai resistir ao exame analítico detalhado. Lançar para a lua de forma demasiada, frequentemente, faz com que os esforços de inovação nem sequer cheguem à plataforma de lançamento.


Em vez de lançar para a lua, os executivos devem encorajar ao que o autor Peter Sims chama de "pequenas apostas." Acadêmicos e empresários concordam que muitas das melhores ideias surgem de um processo de experimentação de tentativa e erro. Afixe cartazes com a célebre frase de Thomas Edison "O gênio é 1% inspiração e 99% transpiração." Começar a suar.


4. O Pirata. Este espadachim diz: "Nós não temos um orçamento fixo para a inovação. Mas, nós não precisamos de um. Encontramos o dinheiro quando precisamos dele." Embora essa afirmação tenha um bom tom empresarial, pode tornar a vida do inovador um pesadelo porque ela sinaliza uma falta de regras claras para a obtenção de recursos. Isto significa que muitas vezes são necessárias reuniões intermináveis ​​com um elenco variado de partes interessadas. Poderemos ter sim como resposta ou não, também.


As melhores empresas gerenciam a inovação de uma forma disciplinada. Elas têm dedicado os orçamentos para a inovação, com regras claras sobre como obter financiamento. Enquanto muitos líderes pensam que este tipo de abordagem disciplinada é uma maldição para a inovação, ela realmente funciona. Durante uma discussão memorável há alguns anos, o ex-CEO da Procter & Gamble A.G Lafley expressa bem este tipo de abordagem, ao descrever o processo de inovação da empresa: "A coisa importante sobre o processo é que você o siga”.


A boa notícia? Uma vez que os assassinos não intencionais de inovação são fáceis de serem identificados, eles também são fáceis de serem desarmados. Prenda o Cowboy, limite as pesquisas no Google, mantenha na terra o astronauta e faça o pirata andar de prancha. Assim, assista os esforços de inovação dispararem.

REFERÊNCIAS:

Tradução e adaptação do texto original de:

ANTHONY, SCOTT. The four worst innovation assassins. Havard Business Review. Disponível em <http://blogs.hbr.org/anthony/2012/04/the_four_worst_innovation_assa.html> Acessado em 10 de Mai. 2012.

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