Diz-se
frequentemente que não há nada certo na vida, exceto a morte e os impostos. O
paralelo na vida organizacional é que em algum momento de sua carreira, você
vai ter um chefe ruim, ou, pelo menos, um chefe que é ruim para você. Chefes
ruins vêm em todas as formas e tamanhos: ásperos e insensíveis, indecisos,
incoerentes e injustos, os microgestores que sufocam a sua capacidade de
realizar e crescer e os "gestores matadores" adeptos a contornarem
cada problema difícil que vem a sua frente. Então, a pergunta não é se você vai
ou não ter um chefe ruim. Pelo contrário, é como você vai responder quando você
o tiver.
Diante
de um chefe ruim, muitos gestores recuam solidarizando com os colegas de
trabalho ou adotar uma atitude passiva do tipo "isto um dia passará". Ou, no caso de uma relação com um chefe extremamente
ruim, eles são levados a abandonar o navio para assumir um emprego em outra empresa,
muitas vezes com consequências negativas.
Seu
ponto de partida para lidar com um chefe ruim é enfrentar algumas realidades
importantes. Primeiro, o seu chefe, independentemente dele ser eficaz ou não, é
um fator importante na sua capacidade de executar bem o seu trabalho e ele
desempenha um papel fundamental na formação das percepções dos gerentes
superiores sobre o seu desempenho e indicação como potencial sucessor. Em
segundo lugar, na maioria das organizações é difícil, se não impossível, para
um subordinado mudar de chefe em curto prazo. Frequentemente, se você fizer
algum esforço, verá que o seu gerente tem alguma habilidade especial em seu
conjunto de valores como gerente, por exemplo, uma estreita relação com um
cliente-chave ou conhecimentos específicos que o chefe não tem. Como resultado,
ao invés de ficar desmoralizado ou procurar o apoio dos pares com o seu
tormento, é melhor tomar medidas para tentar resolver a situação de forma
proativa.
Comece
fazendo um diagnóstico do seu trabalho. Quais são os objetivos e interesses do
seu chefe? O que ele mais valoriza? Um senso de urgência e atenção aos detalhes
são necessários a todos antes de avançar em uma iniciativa? Como é que ele
recebe e processa a informação: leitura, atualizações verbais ou análise
baseada em fatos? Como é que ele toma decisões: analiticamente ou com base na
aprovação dos staffs de confiança?
Quais são as questões críticas para ele e quais delas ele está preparado para
delegá-lo com apenas atualizações periódicas? Ao ajudar o seu chefe a atingir
seus objetivos, comunicá-lo ativamente nas questões que ele se preocupa e
fazê-lo em seu estilo preferido, você pode começar a construir a confiança dele
e fazer uma relação imperfeita aceitável para um período de tempo em que vocês estiverem
trabalhando juntos. Além disso, tente identificar a base de conhecimentos e
experiências do seu chefe e transmita o desejo de aprender com ele. Muitas
vezes, quando um chefe se sente valorizado e confiante de que ele está
recebendo todas as informações que necessita para fazer o seu trabalho, as
sementes de uma relação mais positiva são semeadas.
Claramente,
no entanto, estas táticas não são infalíveis e em alguns casos você pode
necessitar de uma mudança de área dentro de sua organização. Ao fazer isso,
certifique-se de que seu chefe saiba sobre seus objetivos de carreira e as
discussões de carreira que você já teve com outros gerentes. Seu chefe pode ou
não concordar com seus objetivos de carreira. No entanto, informar o seu chefe
sobre conversas anteriores sobre carreiras torna mais fácil para você marcar
reuniões com outros gerentes com quem você tem um relacionamento, uma vez que
não vai parecer que você está indo sem ele saber. Em tais reuniões, seja
profissional, mas faça com que os gerentes saibam você estaria interessado em
prosseguir uma nova missão, mais cedo ou mais tarde. Nessas conversas ouça qualquer
informação que possa lançar luz sobre as ações de seu chefe e tente saber se o comportamento
dele é temporário ou bem definido.
Por
exemplo, seu chefe pode estar na berlinda com o superior dele ou preocupado com
uma possível reestruturação da organização. A menos que você conheça muito bem um
gerente, tenha cuidado para não criticar diretamente o seu chefe. No entanto,
se você alcançou o ponto onde você nem precisa encontrar um novo gerente ou
deixar a empresa, deixe de expressar o seu forte desejo de mudar para uma nova
missão. Se você é uma pessoa com alto desempenho, provavelmente a empresa irá
retê-lo, um pequeno aumento em seu senso de urgência na busca de um novo papel na
empresa pode muito bem sinalizar aos outros gerentes que é hora de intervir.
Lidando
com um chefe ruim pode ser um dos mais estressantes acontecimentos de sua
carreira. No entanto, você pode aprender com esta experiência. Em seu estudo
histórico, as lições da experiência: Como
executivos de sucesso se desenvolveram no trabalho, Morgan McCall, Mike Lombard, e Ann Morrison descobriram que ter um
chefe ruim era na verdade parte das mais formativas experiências de
desenvolvimento de um futuro líder uma vez que esses líderes foram capazes de
identificar as formas que eles não desejariam ser quando gerentes. Além disso,
as técnicas descritas para a construção de um relacionamento com um chefe ruim
(com foco nos objetivos e valores do gerente; decifrar como ele processa as
informações e toma decisões) também podem ser aplicadas para moldar as relações
de trabalho mais produtivas com os pares que você precisa trabalhar na organização.
REFERÊNCIAS:
Tradução e adaptação do texto original de:
BEESON, John.
Dealing with a Bad
Boss. Harvard Business
Review. Disponível em
<http://blogs.hbr.org/cs/2012/06/dealing_with_a_bad_boss.html?referral=00563&cm_mmc=email-_-newsletter-_-daily_alert-_-alert_date&utm_source=newsletter_daily_alert&utm_medium=email&utm_campaign=alert_date>
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